(2) APROFUNDANDO E ESCLARECENDO

(2) APROFUNDANDO E ESCLARECENDO

           Na primeira apresentação, mostramos nossa preocupação com o fato de aceitar o que nos é imposto sobre os acontecimentos de dois mil anos atrás e com as traduções dos textos maculados pelos tradutores que se apresentam totalmente divergentes em várias passagens, nas centenas de traduções existentes.

Na segunda apresentação, falamos sobre a existência de Deus, de sua identificação por Paulo de Tarso, da existência dos espíritos, da nossa individualidade e da reencarnação.

Na terceira apresentação, nos identificamos com aqueles que têm a convicção que nosso Pai não nos pune nem castiga e que devemos manter o equilíbrio do Universo cabendo a cada um restabelecê-lo sem que se aplique a lei de talião e que devemos buscar a verdade, não com as conclusões dos que se arvoram em enviados pelo Pai, mas pelo estudo consciente e lógico dos ensinamentos de Jesus, nosso irmão maior e governador de nosso Planeta.

Prosseguindo, anotamos nossas primeiras reflexões, chamando a atenção para a preocupação dos mentores com nosso descaso, estudando e aprendendo, mas não praticando.

Em “Do Além”, médium AURA CELESTE, out/1921, a recomendação é antiga: “… Olhai, porém,  para dentro de vós mesmos, para que a vossa fé não desfaleça; seja ela sempre viva e clara, para que, como uma candeia, alumie os vossos passos na senda da vida.  Todos vós tendes no íntimo um inimigo, que é necessário combater com energia: o egoísmo, o amor de si próprio que deve ser superado e substituído pelo amor ao próximo.” …

Anotamos a legislação kardecista e estabelecemos como padrão nosso objetivo de “estudar as nossas imperfeições para nos libertarmos delas”.  Citamos alguns vícios (chamando-os de doenças) que precisamos vencer e, se não tivermos forças para o fazer, pelo menos enfrentá-los e limitá-los dentro do possível a cada um de nós, se necessário.

E citamos uma importante informação do mundo espiritual para nós que encontramos na perg. 459 do Livro dos Espíritos, no sentido de que “os espíritos influem sobre todos nós encarnados de tal modo que de ordinário são eles que nos dirigem.

A esse estudo remeto o leitor ao capítulo 6 do livro ‘Sexo e Destino’ de André Luiz, onde ele nos narra a obediência do encarnado ao comando do desencarnado para que ele se aproveitasse da bebida, no que foi atendido imediatamente.

Também não vamos entrar em explicações que não caberiam neste momento, procurando apenas nos situar no que devemos saber para entender a fenomenologia. Chamemos:

o espírito desencarnado, de espírito;

o espírito encarnado, de alma;

o perispírito é a cópia autêntica do corpo físico que serve de ligação entre a alma e a matéria e fica mantido após a separação do corpo físico, pelo fenômeno morte mantendo sua estrutura;

o corpo físico,  o instrumento da alma para a manifestação na matéria.

Quando desencarnamos mantemos o perispírito, a nossa individualidade da última encarnação, sendo conhecidos desta maneira pelos médiuns videntes que nos descrevem para os interessados e nos relacionamos com os companheiros desencarnados.  E rechaçamos as afirmações que nos colocam em locais indeterminados, sem individualidade, não fazendo nada, esperando por uma ocasião em que iremos a um tribunal para sermos julgados e nos mandarem para o céu, para o inferno ou para o purgatório.  Se for assim, já estará cheio pois, desde esse entendimento já lá se vão vários milênios. Mas, não existem esses lugares. A vida não cessa nem ficamos estagnados.  Reencarnamos.

Ademais, já vimos que não existe julgamento.  Nós próprios é que nos analisamos e vemos as necessidades de repararmos os erros.  E a moeda de intercâmbio é sempre a prática do bem, do amor, da condescendência (perdão), e a vantagem é a reparação do equilíbrio universal que infringimos com as más ações, esquecendo (apagando) o mal praticado (v. apresentação III de III).

Na literatura, em toda parte, vê-se obras de ficção que se referem ao mundo espiritual.  Os próprios santos criados pelo catolicismo são prova dessa existência, já que ninguém é nomeado santo em vida.  Em Hebreus 11,1-39, o autor fala em todos os antepassados, desde Abel, todos os que tinham fé e a eles se referem em 12, 1, quando nos adverte de que todos são “a nuvem de testemunhas ao nosso redor”.  Ou seja, todos continuamos vivos fora da matéria, acompanhando o progresso dos que se encontram encarnados e até mesmo participando, se em condições de auxiliar.

Os nossos mentores (guardiães, anjos da guarda ou espíritos que já venceram sob vários aspectos e estão se aprimorando para também reencarnarem e prosseguirem na evolução própria), nos orientam e combinam conosco quais os pontos que deveremos cuidar para evitarmos a perda de oportunidades. Lembremo-nos que o livre arbítrio é nosso, intransmissível e intransferível.

Ao retornarmos à vida física, visitamos o lar antes de reencarnar conhecendo-os e já com eles convivendo ligeiramente desde antes da concepção; os mentores que nos orientam, nos apresentam aos genitores e familiares futuros (não nos veem, mas sentem nossa presença), nos mantendo um tempo próximos a eles para iniciarmos a empatia que deverá se agigantar quando já formos ligados ao nosso futuro corpo físico.  Nos nove meses estaremos fortalecendo os laços consanguíneos e as necessidades psicológicas, sabendo que o entrosamento físico-espiritual nos aproximará para o cumprimento da tarefa que será árdua, considerando que todos somos devedores da lei universal.

Temos também de considerar que não são processos idênticos.  Muitos reagem à possibilidade de voltar desejando permanecer indefinidamente no plano espiritual, com medo de falhar em suas metas ou se aproveitando dos encarnados para haurir vantagens físicas; outros, atormentados pelos erros cometidos, não têm equilíbrio para decidir o que é melhor para si e são auxiliados pelas orientações dos espíritos superiores.

Sob esse aspecto temos a considerar que nosso planeta Terra é um planeta de provas e expiações.  No Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. III, n. 15, se lê:

15. A Terra, conseguintemente, oferece um dos tipos de mundos expiatórios, cuja variedade é infinita, mas revelando todos, como caráter comum, o servirem de lugar de exílio para Espíritos rebeldes à lei de Deus. Esses Espíritos têm aí de lutar, ao mesmo tempo, com a perversidade dos homens e com a inclemência da Natureza, duplo e árduo trabalho que simultaneamente desenvolve as qualidades do coração e as da inteligência. É assim que Deus, em sua bondade, faz que o próprio ‘resgate’ redunde em proveito do progresso do Espírito. – Santo Agostinho. (Paris, 1862)

Uma das decisões tomadas desde o estudo da melhor colocação do espírito em seu corpo físico é o tempo necessário para o cumprimento de seus deveres.  E aí a variedade é imensa.  Natimorto, visando a reparação de seu perispírito, ou para conviver os nove meses com a família que o acoberta aprendendo o respeito à vida?; poucos meses, para que tenham a alegria de terem um novo lar e retornam aprendendo o valor da reencarnação e da vida na matéria; milhares são as oportunidades que nos orientam em cada reencarnação. Impossível relacioná-las todas, sempre ficarão faltando dezenas, centenas ou milhares delas. Cada caso é um caso.  Os espíritos que pretendem fugir à reencarnação porque satisfeitos se aproveitando dos encarnados, estes são levados compulsoriamente à reencarnação ou são colocados em planetas da mesma categoria do nosso, mas sem algumas variáveis como já vimos acima (n. 15, cap. III, ESE ).

Tratar desse tema ajuda-nos a imaginar porque nascemos chorando; e morremos aliviados, deixando as lágrimas para os que ficam. Vindo, vamos fazer a prova final como na escola terrena. Qual será o resultado? Nos aprovaremos; nos reprovaremos? No primeiro caso prosseguimos; no segundo, deveremos retornar para completar o que ficou faltando fazer.

Mas voltemos ao tema.  A reencarnação é a justiça divina.  Nas religiões a predominância é a aceitação dela.  Aceitam a reencarnação: candomblé, umbanda, hinduísmo, budismo, espiritismo, messiânicos, yazidis, dentre várias outras.   Impossível crer na justiça divina sem ela.

A CASA ESPÍRITA

          Muitos espíritas frequentam o agrupamento assistindo palestras, recebendo passes e prosseguem sem maiores esforços para estudar cumprindo o que entendem ser seu dever – frequentar um centro.  São referidos como partícipes que dormem até a hora do passe e se retiram até a próxima semana.  Isso ocorre pela forma como os espíritas atuam nos centros, assumindo posições de responsáveis e não se preocupam com as necessidades dos que os procuram.  Frequenta-se uma casa espírita por mais de ano, via de regra para assistir as reuniões e receber passes. Nenhuma preocupação com a modificação comportamental, continua-se o mesmo, quando muito se lê uma obra mediúnica.  Raramente se vê uma placa dizendo para se inscrever ou lhe é dada uma ficha para preencher dando conhecimento do seu desejo para frequentador da casa. É médium, qual categoria mediúnica, expositor, experiências em assistência social? Nada.

Se é o seu caso, se desejas participar, procure o responsável pela reunião e se apresente, diga o que pretende com sua presença na casa, se és médium já em trabalho e quer se ambientar para ver se se ajusta ao trabalho da casa, ou se quer ajuda ou ajudar alguém que necessite de alguma orientação, fale, busque o responsável.  Diversamente dos centros espíritas chamados de kardecistas, dentre os templos religiosos que aceitam a reencarnação como justiça divina, o candomblé e a umbanda aceitam até que escolhas o médium ou entidade com quem queres falar, os hinduístas e budistas te recebem na entrada; também os messiânicos.

Quando iniciamos os estudos vimos que os apóstolos curavam os doentes e até mesmo substituíam os que se afastavam, nomeando outros, dando-lhes o poder também de curar que Jesus lhes havia dado.  Com o tempo, crescendo o cristianismo e passando a criar exércitos para matar e decretando a morte de médiuns que se arvoravam em curadores e alcançando o poder de coroar os reis, muito ficou para trás.  O trabalho dos que hoje se dedicam a reacender as lições de Jesus será de combater os próprios ‘demônios’ para depois, transitar entre os que, hoje, são chamados dignamente de cristãos.

 

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