SOMOS ESPÍRITAS ?
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SOMOS ESPÍRITAS ?
O mundo está repleto de conhecedores do Velho e Novo Testamento, comprovando com as suas leituras os conceitos mais importantes que nos levam a crer na existência do mundo espiritual. Começam comprovando que o Velho nenhuma dúvida deixa, pois, como se encontra em Deuteronômio, cap. 18 vers. 10 e 11, lhes foi proibido pelo Deus que nenhum israelita poderá fazer parte das seguintes práticas: “adivinhar o futuro e coisas secretas, ou ler a sorte das pessoas, invocar espíritos para pedir a ajuda deles, praticar feitiçaria, ou fazer encantamentos, ou trabalho de médium, magia, ou consulta aos mortos.”
Está aí a prova de que os mortos dão consultas e os médiuns existem. O mundo espiritual existe. Se a prática é prejudicial ao povo por ser abusadamente desenvolvida, tirando até mesmo o estímulo da criatura para andar com seus próprios pés, sem raciocinar, preferindo ouvir os mortos, PROIBE-SE. Todo excesso prejudica. E o povo excedia. “Beberam o sangue das uvas, o suco delicioso” (32:14), mas quando o povo amado de Israel engordou, agiu como animal selvagem” (32:15). Todo excesso é prejudicial e o povo de Israel se excedeu, nem mesmo tinham mais imaginação, tudo perguntavam aos mortos. Tinham de ser proibidos.
Jesus, no entanto, mostrou que não mais se precisaria proceder dessa forma; o povo de há quatro mil anos não mais estava presente, o homem de quatro mil anos depois, já podia conhecer a verdade; já poderia receber os princípios do mundo espiritual. Não era mais o povo inculto, porque crescera, não muito, mas estava apto a receber parte da verdade e dela desfrutar em seu benefício. A primeira demonstração deu-a Jesus no monte Tabor quando se reuniu em espírito com Moysés e Elias (João havia sido decapitado) e quando os discípulos que levara consigo ficaram excitados – Pedro, Tiago e seu irmão João – Jesus ordenou-lhes: “não contem a ninguém o que vocês viram, até que o Filho do Homem seja ressuscitado.” (Mateus, cap. 17). E, em Pentecostes, quando todos os apóstolos estavam reunidos em Jerusalém, fenômeno físico atraiu a atenção de todos que se encontravam e viram os apóstolos discursarem em idiomas diversos (Atos, cap. 2). Materialização antes, psicofonia depois. Estava amainada por Jesus a proibição.
Mas ainda muito haveria de ocorrer para que se entendesse assim. Por volta do ano 320 d.C. os cristãos, que eram perseguidos e sofriam nas mãos dos romanos mudou a figura e passaram a ser aceitos como religião, passando a perseguidores e criando um longo período de guerras e destruição em nome de Deus. E só no século XIX, sob o comando de Jesus, o mundo espiritual, produzindo todos os tipos de fenômenos que extasiaram os que viviam àquela época, em todo o mundo: ruídos, mesas falantes, materializações, vidência, audiência, psicofonia (incorporação), todos os fenômenos mediúnicos trouxe para todos nós a doutrina espírita com a codificação por Allan Kardec. Definitivamente abolida a proibição de Moysés, uma quantidade apreciável de espíritos já humanizados, estavam com desenvolvimento espiritual que lhes permitiriam conhecer o mundo espiritual com condições de se aprimorar na lei divina, totalmente diversa da lei de Moysés. A busca da verdade se tornava translúcida. A lei divina, já seria conhecida e interpretada como a doutrina cristã espírita e se agigantava no mundo moderno tendo como lemas: o AMOR, FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO, PERDÃO, REENCARNAÇÃO E O INTERCÂMBIO ENTRE OS DOIS MUNDOS.
A prática do bem, a reforma moral de cada um, passou a comandar a vida daqueles que buscam o crescimento espiritual. É indiscutível que o exemplo caracteriza a força de cada conceito moral que introduzimos em nossa vida, sem se esquecer de que RECONHECE-SE O VERDADEIRO ESPÍRITA POR SUA TRANSFORMAÇÃO MORAL E PELOS ESFORÇOS QUE EMPREGA PARA DOMINAR SUAS MÁS INCLINAÇÕES.
LUIZ OTAVIO GOMES SANROMÃ
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