(5) UMA SÓ RELIGIÃO

(5)

UMA SÓ RELIGIÃO

           Não nos esqueçamos que vivemos permanentemente num oceano de ondas (sonoras, luminosas, eletromagnéticas, …), tal como os anfíbios no mar, cercados de água por todos os lados. Para teres uma ideia melhor, olhe para um aquário e veja os peixes convivendo uns com os outros e se movimentando na água. Depois, mentalmente, substitua a água por ondas que não vemos: micro-ondas, ondas de rádio, infravermelho, visível, ultravioleta, raio x, y, gama etc…. E vamos acrescer as energias geradas pelos nossos pensamentos e dos espíritos, que também não se misturam.  É como nós vivemos.  Se pegarmos um telefone, conversamos com quem se encontra a quilômetros de distância e até poderemos ver essa pessoa e sermos vistos por ela; se ligarmos um rádio, encontraremos tantas estações quantas captar seu equipamento, podendo ser até estações internacionais, do outro lado do mundo; e se ligarmos uma TV portátil poderemos ver programas do mundo inteiro.  É neste ambiente que vivemos, sem vermos ou sentirmos fisicamente sua presença, mas sabemos que essa energia variada está nos envolvendo, tal como o ar que aspiramos e também não vemos.

Dizer que não acredita em alguma coisa ou algo porque não vemos, é criancice.  Total infantilidade.  Vamos, então, partir para outras hipóteses. Vamos raciocinar.  Defendemos cientificamente que não há efeito sem causa.  Se uma pedra caiu na sua frente, duas hipóteses imediatas vêm à nossa mente: ou alguém a jogou ou ela se desprendeu de algum lugar e caiu.  Ela mesma não poderia sozinha se lançar à sua frente.  Se um átomo explodiu criando o Universo, alguém criou o átomo, porque, cientificamente, não há efeito sem causa.

Pode não ser tão simples assim.  Mas é o que podemos precisar até agora. Qual a necessidade de ir mais longe? Não aceitar um Criador?  Teremos de elucubrar muito para tentar rejeitá-Lo.

Milhares, muitos milhares de milhares de peças no Universo conhecidas até hoje seguem a mesma lei que permite seu funcionamento com total regularidade.  Sabemos qual a idade do nosso sistema solar e até mesmo do ‘big bem’ que deu causa a tudo. Dizem até que nosso sol está ativo há mais de 4.600.000.000 (quatro bilhões e seiscentos milhões de anos) e sobreviverá durante os próximos 5.000.000.000 (cinco bilhões de anos). Ciência pura. Qualquer compêndio científico lhe confirmará esses dados, podendo até ser diferente em algum percentual para mais ou para menos.

Agora pergunto? Estávamos errados quando na Apresentação II de III afirmamos que Deus existe? Tomemos como início de raciocínio que a mínima parte dos hominídeos (ateus) desacreditam, sendo mais fácil negar porque não temos que nos preocupar em provar. Dizem que nós não provamos que Deus existe.  Mas raciocinamos e aplicamos as leis cientificas para provar que Ele existe. E eles é que não provam que Deus inexiste.

Todas as religiões, embora com nomes diferentes, creem que existe um Ser que criou o Universo.  E todas O apresentam de formas diferentes.  A multiplicidade de religiões é que criaram distorções, litígios, guerras, mortandades, cada qual querendo ser a única, perfeita e insofismável.  Surgiram vários escritos que ensejam vários desentendimentos e separações, quando pelos fundamentos superiores de cada uma poderíamos dizer que todas são válidas e desejáveis, desde que os que se apresentam como seus representantes ao invés de se combaterem, não discutissem as discordâncias entre elas, mas suas concordâncias.

As discordâncias cada qual fique com as suas.

Se cremos num Criador, será ele criador de todos nós, sem exceção.  Se houvesse mais de um não seria criador.  O judaísmo desde o século XVIII a.C. adota o Torá como livro sagrado, que compreende os cinco primeiros livros da Bíblia: Gênesis, o Êxodo, o Levítico, os Números e o Deuteronômio; o Cristianismo surgiu com Jesus em nossa era e se desenvolveu como catolicismo, que foi se partindo: John Wycliffe (1321/1384) que deu aos ingleses a primeira tradução da bíblia sem a aprovação do clero; com Martinho Lutero desde 1517 (luteranos),  João Calvino  (1509-1564) calvinistas denominados huguenotes na Inglaterra e presbiterianos na Escócia, William Thindale, na Alemanha traduzindo a bíblia e o novo testamento e notadamente dentre tantos outros, Joseph Smith – The book of Mormon, criando a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (1830) etc….

E em 1850 com as manifestações do mundo espiritual, surge o Espiritismo, com a codificação de Allan Kardec. As comunicações dos dois mundos deu-se por intermédio das mesas girantes, batidas com respostas inteligentes, materialização, desenvolvendo-se com o auxílio de médiuns que viam e escreviam os ditados dos espíritos.  Após severas pesquisas irrepreensíveis, Kardec editou o Livro dos Espíritos, em 1857, com 1018 perguntas e respostas sobre todas as questões que levaram ao esclarecimento de todos os fatos referentes aos dois mundos e seu relacionamento.  Seguiram-se o Livro dos Médiuns, em 1861, o Evangelho Segundo o Espiritismo em 1864, O céu e o Inferno em 1865 e finalmente, a Gênese em 1868.

Enquanto o espiritismo fixou-se no Novo Testamento, as demais religiões abraçaram o Velho Testamento e outras tanto o Novo quanto o Velho.

A reencarnação, a evolução dos espíritos e as comunicações são as diferenças marcantes entre o Espiritismo, o Sikhismo, o Budismo, Hinduísmo, a Umbanda, o Candomblé, o Taoísmo e todas as outras doutrinas religiosas.   Mas as importantes não são as diferenças, mas os pontos de conjuminância entre elas: amar a Deus sobre todas as coisas, amar o próximo como a ti mesmo, perdoar, praticar o bem, afastar-se das doenças (pecados – vícios).    Aí é que está a importância das religiões.

Imagens, riquezas, poder, dominação, refúgio das almas aguardando o julgamento final, reencarnação, não somam.  Cada qual fique com a sua.

Mas o bem, o amor, o perdão que são as únicas moedas de troca (a Deus o que é de Deus), é o que importam. Ódio, ira, intransigência, incompreensão, desrespeito, não somam.  Resta-nos um único caminho.  As que se ligam no Velho Testamento, sigam as determinações do decálogo, conforme versão da Bíblia de Jerusalém):

          “O Decálogo Eu sou Iahweh teu Deus, que te fez sair da terra , do Egito, da casa da escravidão. Não terás outros deuses diante de mim. Não farás para ti imagem esculpida de nada que we assemelhe ao que existe lá em cima nos céus, ou embaixo na terra, ou nas águas que estão debaixo da terra. Não te prostrarás diante desses deuses e não os servirás, porque eu Iahweh teu Deus, sou um Deus ciumento, que puno a iniquidade dos pais sobre os filhos até a terceira e a quarta  geração dos que me odeiam, mas que também ajo com amor até a milésima geração para com aqueles que me amam e que guardam os meus mandamentos. Não pronunciarás em falso o nome de Iahweh teu Deus, porque Iahweh não deixará impune aquele que pronunciar em falso o seu nome. Lembra do dia de sábado para santificá-lo.  Trabalharás durante seis dias, e farás toda a sua obra. O sétimo dia, porém, é o sábado de Iahveh teu Deus.   Não farás nenhum trabalho, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem teu escravo, nem tua escrava, nem teu animal, nem o estrangeiro que está em tuas portas.  Porque em seis dias Iahweh fez o céu, a terra, o mar e tudo o que eles contêm, mas repousou no sétimo dia; por isso Iahweh abençoou o dia de sábado e o consagrou.  Honra a teu pai e tua mãe para que se prolonguem os teus dias na terra que Iahweh te dá. Não matarás. Não cometerás adultério. Não roubarás. Não apresentarás um testemunho mentiroso contra o teu próximo. Não cobiçarás a casa do teu próximo.  Não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu escravo, nem a sua escrava, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma que pertença a teu próximo.” (Êxodo 20, 1-17) 

As que se ligam no  Novo Testamento, tomem para si as determinações deste:

          “Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu espírito. Esse é o maior e o primeiro mandamento. O segundo é semelhante a esse: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.  Desses dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas.” (Mateus 22-36-40).  “Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros. Como eu vos amei, amai-vos também uns aos outros. Nisto reconhecerão todos que são meus discípulos  se tiverdes amor uns pelos outros.” (João 13,34-35).

As que se ligam em ambos, tomem para si ambas as determinações.

Não será difícil para todas as religiões se respeitarem mutuamente, se agirem respeitando seus princípios que, como acima já expomos, são as únicas moedas de troca que representam a divindade: a prática do bem, do amor, do perdão.

-x-

Leave a Reply

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Próximo Artigo(6) MANIFESTAÇÕES DO MUNDO ESPIRITUAL