APRESENTAÇÃO I DE III

APRESENTAÇÃO

I de III

         Ao me apresentar, digo a vocês que é com grande prazer que colocarei minhas ideias em análise, para que não fiquemos somente no ‘ouvir dizer’ dos outros, mesmo que se apresentem como ‘doutores’, porque entendo que cabe a cada um de nós entender e procurar compreender pelo nosso próprio raciocínio, o que nos apresentam como verdades absolutas dentro dos seus conceitos filosóficos e religiosos.

E comecemos por buscarmos, no que nos é dado a conhecer, aquilo que entenderemos como sendo verdadeiro ou não.  Vivemos num planeta em que cada um povo tem seu próprio idioma.  Isto quer dizer que não nos entendemos.  Se vamos a outro país, vizinho do nosso, dependemos primeiro, de conhecer seu idioma ou segundo, de outros que nos sirvam de tradutores.  Quantos problemas já foram criados por desentendimentos entre pessoas que falam a mesma língua? Sob esse prisma temos solução à vista com o Esperanto, idioma universal, já vitorioso em países mais adiantados. Voltaremos a esse assunto mais tarde.

Nenhuma dúvida temos que a importância da vida de Jesus está em seu aspecto filosófico, como enviado pelo Deus único; sua encarnação teve como fim trazer aos povos de então, rumos novos para o crescimento espiritual. E sua presença marcante no mundo, sem qualquer dúvida, foi estrondosa, a tal ponto que dividiu o mundo em duas eras, a antes dele e depois dele, o que descarta qualquer possibilidade de desconsiderá-lo.

E não é só da tradução que devemos nos preocupar. Também dos fatos.  Por exemplo: Jesus foi levado à crucificação.  Na cruz, encerrando sua estada entre nós aqui na Terra, dando o último alento terreno, dirigiu-se ao Pai.  E o que ocorreu de fato não se sabe exatamente. No “Evangelho de Mateus 27, v 46 e de Marcos 15, v 34 temos“Meu Deus, Meu Deus, por que me desamparaste?”; em Lucas 23, v 46 foi entendido diversamente: “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito.” E em João 19, v. 30, outro acontecimento: “Está consumado”.

         Temos nesse exemplo as duas ocorrências: a dúvida sobre o fato e a dúvida sobre a tradução.  O que foi dito realmente? À época, os acontecimentos não eram escritos concomitantemente, surgindo após não se sabe quanto tempo, escritos em diversos lugares, porque os que tinham dinheiro mandavam os escribas escreverem as suas versões, o que tinham entendido ou se lembravam. Nem mesmo se pode dizer que no Evangelho de qualquer deles – Mateus, Marcos, Lucas e João, tenham eles mesmos (apóstolos) ditados as versões.  Inverídico porque os escritos datam de mais de cinqüenta anos após a crucificação.  E a manipulação para a seleção dos escritos foi de humanos que à época se intitulavam representantes de Deus no planeta (3º século após), tão atrasados que entendiam que a Terra era o centro do universo, era quadrada e pasmem, tendo seus representantes chegados à borda do precipício.

Reflitamos, já com o conhecimento de que cada um de nós tem de Jesus.  Veio enviado pelo Pai para nos esclarecer, ensinar, exemplificar, sabendo que éramos incultos e que estávamos longe de conhecer o que ocorria até conosco próprios.  Sabia o que faríamos com ele, levando-o à crucificação.  Jamais lamentaria ao Pai tê-lo abandonado ou desamparado. Sabia o que iria acontecer, tanto que avisara aos seus seguidores que tal ocorreria.  A primeira versão é totalmente inviável. As duas seguintes, se aproximam mais do que podemos entender real.

Se não bastasse, contam-nos os evangelhos que Jesus teria se armado de um chicote e expulsado os mercadores do templo.  Jesus, que não esboçou uma reação sequer aos ataques sofridos teria uma atitude agressiva dessa natureza? Agredir alguém ao invés de, sabendo-os errados, ao invés de os perdoar? Não nos ensinou a reagir com violência contra qualquer ofensa, mas que deveríamos perdoar, sempre, indo mais além quando nos ensinou a  ‘dar a face esquerda a quem te ofendeu na face direita’?

E quanto ao enviar os espíritos que obsediavam os insanos para os porcos, causando sérios prejuízos aos criadores e abandonando os sofredores espirituais?  Sem cuidar de nenhum deles. São ocorrências que não podemos entender como efetivamente acontecidas.

Chico Xavier, seu fiel seguidor, foi ludibriado por repórteres que fizeram reportagens demeritórias e mentirosas sobre a doutrina,, a ele próprio e às suas mensagens e o que fez? Deu a cada um de presente um livro, ao se despedirem. (1)

  • Em agosto de 1944, o fotógrafo Jean Manzon e o jornalista David Nasser, da revista O Cruzeiro, foram até Pedro Leopoldo, para entrevistar Chico Xavier, se apresentando como jornalistas americanos para testar a mediunidade de Chico. Fizeram fotos ridículas de Chico e publicaram notícias desairosas sobre o médium, certos de que o tinham enganado. Ao deixarem o local Chico os presenciou com um livro psicografado e eles foram embora.  Mais tarde, Manzon telefona para David Nasser e lhe pergunta se ele havia lido a dedicatória ao que respondeu não e abrindo o livro, com surpresa, leu a seguinte dedicatória: “Ao meu irmão David Nasser, de Emmanuel.”

Anteriormente, já tínhamos iniciado o estudo e transmitido vários temas.  Rejeitamos a Bíblia como sagrada , nem mesmo podendo ser aceita como histórica, porque para tanto teríamos de saber quem eram os seus autores. Só tocarei nesse tema, no futuro, quando necessário para mostrar o caminho que devemos percorrer.  Buscaremos ressaltar os ensinamentos de Jesus e buscando em sua vida a compreensão utilizando, quando necessário, as informações dos diversos livros que compõem o conjunto ‘bíblia’.  Só lembraria aos leitores que bíblia, em nosso dicionário, significa ‘conjunto de livros’, sendo radical de biblioteca, bibliotecário, bibliotecnia, biblioteconomia etc…

Benvindos à reflexão, estando certos de que não estaremos trazendo ideias novas, mas temas para melhor compreensão dos ensinamentos de Jesus, visando ter ciência de que nos concitou a buscar a verdade. Disse ele para nós: “conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.”

Entendemos que devemos refletir.  Disse-nos Jesus que se tivéssemos a fé do tamanho de uma semente de mostarda, que moveríamos uma montanha de seu lugar.  Mateus fala duas vezes, uma como parábola e outra como reprimenda; Marcos mais ou menos se assemelha; Lucas em duas vezes, contradiz Mateus quanto à montanha e que moveria uma amoreira (traduções de Huberto Rohden).  Fé raciocinada é a lição de Jesus, não a fé cega, que não ajuda ninguém a ser melhor, embora tenha o dom de conduzir os incautos à fé como prenúncio do conhecimento.

Ensinou-nos tantas coisas que nos levam a sermos melhores, no entanto, temos de buscar esses ensinamentos para encontrarmos nosso crescimento espiritual.

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